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4 perigos do escritório do passado (e como evitá-los)

Editorial INPRO
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O escritório tradicional traz riscos à saúde que são evitáveis. Sedentarismo, má postura, ambientes com pouca iluminação e dores desnecessárias. Como combater isso e transformar o escritório tradicional em um espaço saudável.

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Por anos, estivemos expostos a múltiplos riscos no escritório e nos "entregamos" a eles na falsa crença de que não havia muito o que pudéssemos fazer. Quais são esses riscos? Como combatê-los e por que já fazem parte do "escritório do passado".

Por que é arriscado continuar trabalhando como no escritório tradicional?

Embora a pandemia tenha colocado o mundo do trabalho à prova e muitos dos costumes e modalidades de trabalho tenham mudado, para grande parte dos trabalhadores, o dia de trabalho ainda implica em longas horas sentadas em frente a uma tela, seja em um coworking, um café, a empresa ou na própria casa.

Esta forma de trabalhar – embora já nos tenhamos acostumado a ela – é extremamente arriscada, pois nos expõem a 4 perigos, que, se não forem combatidos, podem ter consequências negativas para nossa saúde. São eles: o sedentarismo, as más condições de iluminação, a má postura e as dores nas articulações.

Numerosos estudos levantaram a voz sobre as consequências do trabalho sedentário: independentemente da atividade física realizada por uma pessoa, o trabalho sedentário está associado a uma saúde deteriorada em todas as idades: risco cardíaco, dores lombares e cervicais, exaustão durante a jornada de trabalho, diminuição da satisfação no trabalho, hipertensão e sintomas de transtornos musculoesqueléticos nos ombros, parte inferior das costas, coxas e joelhos.

Além disso, somam-se as más condições de iluminação e a exposição à luz azul das telas, especialmente para aqueles que costumam trabalhar à tarde. Segundo um estudo da Universidade de Harvard, a exposição às telas durante a noite tem efeitos negativos sobre o sono, já que influencia o ritmo circadiano e a produção de melatonina.

A esses riscos, soma-se a má postura à qual estamos habituados: monitores abaixo da altura do nosso olhar, costas inadequadamente apoiadas no encosto de cadeiras rígidas e desconfortáveis, ombros caídos para a frente, joelhos em uma altura diferente da nossa cintura, pés pendurados, pernas cruzadas, entre muitas outras más posturas. Todas elas, sustentadas ao longo do tempo, levam a dores desnecessárias e evitáveis, como dores cervicais, lombares, punhos e joelhos, entre outras.

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Esses riscos são evitáveis? Claro que sim, e embora exista uma extensa literatura sobre as consequências nocivas para a saúde, as formas de lutar contra eles são relativamente novas. Nesse sentido, a pandemia desempenhou um papel fundamental, abrindo nossos olhos para novas e mais saudáveis formas de trabalhar, que destacaram ainda mais o escritório tradicional e impulsionaram a busca por formas sustentáveis de lutar contra seus riscos. Isso, além de implicar uma série de mudanças em nosso comportamento, também exige modificar nossos espaços de trabalho e, se levados em conta, transformam esses riscos em coisa do passado.

O primeiro passo é incluir movimento diário em nossa rotina de trabalho. Embora possa parecer difícil alcançar esse objetivo de forma regular, hoje existem uma série de móveis e acessórios que não só nos ajudam a alcançar essa meta, mas também nos induzem a nos mover inconscientemente.

Nesse sentido, uma opção já adotada por empresas de vanguarda (desde a Apple até o Google, incluindo a Dell, entre outras) é a mesa ajustável em altura, que permite trabalhar tanto em pé quanto sentado. Esta alternância por si só implica em mais movimento, melhoria na nossa circulação e um grande primeiro passo para nos afastarmos de uma vida laboral sedentária.

De acordo com um estudo - publicado na National Library of Medicine - realizado com 74 trabalhadores, o uso de uma mesa ajustável gerou uma "diferença significativa" na saúde, na atividade física e no desempenho no trabalho daqueles que usaram uma mesa ajustável. Este grupo de trabalhadores diminuiu significativamente o tempo que passaram sentados no trabalho, reduziram a dor no pescoço e ombros, e alegaram ter melhorado o seu desempenho no trabalho.

Além disso, é ideal tirar alguns minutos por dia para caminhar pelo espaço de trabalho, para alongar-se, mover braços e pernas e até usar escadas quando possível, ativando a circulação.

Quanto às más condições de iluminação e à alta exposição à luz azul das telas, elas podem gerar não só fadiga visual, mas também ser prejudiciais para aqueles que têm sensibilidade à luz ou que sofrem de enxaquecas. É por isso que é fundamental melhorar a iluminação nos locais de trabalho, sempre tentando que seja através da luz natural. No entanto, para aqueles que trabalham em espaços fechados ou que frequentemente sofrem de fadiga visual, é recomendável o uso de dispositivos, como lâmpadas LED – que hoje existem com tecnologia anti blue-light – que não só neutralizam a luz azul, mas também emitem uma luz difusa que reduz os reflexos.

Por fim, e no que diz respeito à melhoria da postura, existem pequenas mudanças que podem ser praticadas com pouco esforço, mas cujos efeitos para a saúde são notáveis. Por exemplo, elevar nosso monitor à altura do nosso olhar. Seja com uma mesa ajustável ou com dispositivos projetados para elevar o monitor, estaremos evitando grande parte das dores cervicais e lombares causadas pela má postura. Outra mudança significativa é melhorar nossas cadeiras: existe uma grande variedade de designs com um objetivo comum; conseguir que nos sentemos em uma posição adequada sem esforço, evitando sobrecarregar os quadris, ombros e coluna.

Em conclusão, se começarmos a incorporar movimento à nossa rotina diária e melhorarmos nossa postura, não só ativaremos nossa circulação, mas também daremos o descanso necessário às nossas articulações, evitando dores lombares, nos joelhos, nos punhos e cervicais. O mesmo acontecerá com a fadiga visual e o uso prolongado de telas: enquanto grande parte do nosso trabalho implicar na exposição a diferentes dispositivos, é fundamental tomar consciência e contrariar seus efeitos nocivos. Com essas mudanças em mente, o escritório tradicional e seus riscos para a saúde passarão a ser, definitivamente, coisa do passado.

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